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20 Jul
20Jul

Nas profundezas dos rios da Amazônia, onde a água reflete o céu como um espelho encantado, vive Iara, a sereia de beleza hipnotizante e voz que embriaga os sentidos. Seu nome vem do tupi Yara, que significa “aquela que mora nas águas”. Mas sua origem é marcada por dor, coragem... e transformação.

Iara era uma jovem indígena, filha de um pajé poderoso. Guerreira habilidosa, destacava-se entre os homens da tribo, o que despertou inveja em seus irmãos. Temendo sua força e prestígio, eles tramaram sua morte. Mas Iara, em legítima defesa, os derrotou.Assustada com a punição que viria, fugiu pelas matas. Seu pai, tomado pela dor e fúria, a encontrou e lançou seu corpo ao encontro dos rios Negro e Solimões.


Os peixes, com quem Iara brincava desde criança, a envolveram em um ritual ancestral. Sob a luz da lua cheia, seu corpo se fundiu às águas e ela renasceu como uma sereia — metade mulher, metade peixe. Desde então, tornou-se Mãe-d’Água, guardiã dos rios e dos mistérios que neles habitam.


Iara canta. E quem escuta seu lamento doce e melancólico não resiste. Pescadores, viajantes e curiosos são atraídos por sua voz e beleza. Alguns desaparecem nas profundezas. Outros retornam... mas nunca são os mesmos. Dizem que só um pajé ou benzedeira pode curar o feitiço.🕯️ 

Se você estiver à beira de um rio amazônico ao entardecer e ouvir um canto suave vindo das águas, não olhe. Não escute. Porque Iara não gosta de solidão. E quem a encontra... pode nunca mais voltar.

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