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20 Jul
20Jul

  "Em Belém, onde a chuva nunca dorme e o tempo esconde segredos em cada esquina, existe um lugar onde o passado resiste. O antigo canal da Visconde de Souza Franco guarda mais do que água escura — guarda almas. Eu sou Derik, e neste episódio vamos atravessar a névoa do tempo para conhecer uma vigília que nunca terminou. Prepare o café... e apague as luzes."

Madrugada úmida. Ernesto, recém-contratado como vigia, inicia sua primeira ronda no Reduto. Não conhece os boatos. Não teme as histórias.Até que:

  • Os cachorros se calam.
  • A névoa sobe sem motivo.
  • E surge um lamento — longo, triste, como um canto de despedida.

Ernesto segue o som até a margem. Ali, sob o reflexo da lanterna, vê sombras se contorcendo como se a água lembrasse.

Ela flutua.  Véus pálidos ao redor.  Os olhos cobertos por um pano vermelho. A voz, um sussurro firme:  — “Devolve o que tiraram…”Ernesto recua, mas não há mais chão. O Igarapé borbulha. Braços surgem. Rostos sem paz o encaram. Os cabanos...E então, silêncio. Ernesto some. Sua lanterna é encontrada pela manhã, pulsando como se tentasse alertar.

"Se um dia, numa madrugada de sexta-feira, você passar pelo canal e ouvir uma melodia triste no ar... não se aproxime. Porque ela ainda espera. E quem escuta... nunca volta.  Essa foi a Última Vigília no Igarapé das Almas. Até o próximo Café com Derik. E lembre-se: silêncio demais pode ser chamado."

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